Roque Santeiro (Brasil, 1985) Considerada uma das maiores novelas da história da TV brasileira, "Roque Santeiro" foi originalmente escrita por Dias Gomes em 1965, mas censurada pela ditadura militar. Só estreou vinte anos depois, na Globo, sob direção de Paulo Ubiratan, tornando-se um marco de crítica social disfarçada de entretenimento popular. Ambientada na fictícia cidade de Asa Branca, satirizava a exploração religiosa, a corrupção política e o clientelismo, com personagens arquetípicos: Sinhozinho Malta (Lima Duarte), o falso herói; Viúva Porcina (Regina Duarte), a mulher forte; e Roque Santeiro (José Wilker), o mito vivo. A novela alcançou picos de 100 pontos de audiência —algo impensável hoje— e influenciou o vocabulário nacional (“santificar”, “asa-branquismo”). Seu elenco reunia gigantes da dramaturgia, e sua trilha sonora, com “Asa Branca” de Luiz Gonzaga, reacendeu o interesse pelo forró. Além de entreter, expôs as entranhas do poder sertanejo com humor ácido e inteligência. "Roque Santeiro" provou que novelas podiam ser simultaneamente populares e profundas, sagrando-se não apenas como entretenimento, mas como documento cultural essencial da identidade brasileira.
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