Dona Flor e Seus Dois Maridos (Brasil, 1976) Baseada no romance de Jorge Amado, esta novela da TV Globo revolucionou a dramaturgia brasileira ao misturar humor, erotismo e crítica social em plena ditadura militar. Com Sônia Braga como Dona Flor, uma viúva respeitável dividida entre a memória do falecido marido malandro, Vadinho (José Wilker), e o novo cônjuge, o pacato Teodoro (Mauro Mendonça), a trama desafiava convenções morais da época. A cena em que Vadinho aparece nu foi censurada, mas tornou-se lendária. A novela abordou temas como liberdade feminina, desejo e hipocrisia social com leveza e ironia, algo raro na televisão dos anos 1970. Foi um fenômeno de audiência e bilheteria —também adaptada para o cinema por Bruno Barreto, com enorme sucesso internacional. Sua linguagem cinematográfica, elenco impecável e roteiro ágil elevaram o padrão das produções nacionais. Mais que entretenimento, "Dona Flor" foi um ato de resistência cultural disfarçado de comédia romântica. Até hoje, é referência de criatividade e coragem na teledramaturgia latino-americana, provando que novelas podem ser arte, provocação e espelho de uma sociedade em transformação.
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